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  • Bruna Mendes

Um retiro de silêncio: dez dicas e dez lições


Pra começar toda a história, pra quem não sabe, fui fazer um retiro de silêncio com a minha irmã. A ideia de fazer o retiro surgiu com uma amiga minha q pensou em se isolar de tudo depois q concluísse a tese de doutorado. Eu super apoiei! Adoro essas coisas exóticas! E coincidentemente ou não, logo depois minha professora de yoga da academia comentou sobre um templo budista q organizava retiros de silêncio. Passei o contato pra minha amiga e, olhando o blog e tudo, me interessei em fazer tb. No final das contas minha amiga não pôde e eu resolvi ir. Comentei com a minha irmã e para minha surpresa ela quis ir tb! Surpresa pq eu q sou mais de fazer coisas meio doidas, não ela... rs. Amei a idéia e lá fomos!! O pessoal do templo organizou para 2 rapazes irem de carona com a gente, Luis (que já tinha ido outra vez) e Felipe, que ia pela primeira vez como nós. Resolvi escrever esse diário pq imaginei q iria refletir mto e gosto de escrever minhas reflexões. Tentei escrever na velocidade do meu pensamento, por isso a leitura vai ser bem dinâmica e dislexa, rs, assim como é meu pensamento. Escrevi em papel sulfite e ao passar a limpo fui colocando os parênteses pra me explicar melhor.

E se começar a ler, por favor leia até o fim. Não precisa ser de uma vez só, mas se não ler até o final vai ficar com uma impressão errada...

E então começou nossa aventura, às 7:15h do dia 07/06/12 (pq as atividades começam no templo às 9:30h). J

07/06/12

Bom, antes do retiro propriamente dito, tenho que falar sobre o caminho de ida. Choveu muito desde ontem à noite e das 3 opções de caminho dadas pelo próprio templo, apenas a terceira era para dias de chuva. Da outra vez q o Luis foi não tinha chovido, então ele não sabia o caminho 3... O tempo estimado de viagem era de 2 horas e meia, mais ou menos. Depois de 5 horas perdidos, depois de atolar e desatolar, passarmos várias vezes pelos mesmos lugares, depois de um esquilo, uma galinha caipira e uma águia atravessarem na minha frente (não na mesma hora, claro, mas estávamos tentando ver o lado positivo de se perder), depois de pedirmos informação pra umas 10 pessoas, que já estavam sendo usadas como referência: “Já passamos aqui! Lembram quando pedimos informação praquela mulher q eu achei q era homem?”. Pois é, devíamos ter perguntado o nome delas, pq ficava até meio chato citar as pessoas chamando de “o cara da portaria de Extrema” (que não estava no mapa), “a mulher do ponto”, “o rapaz bem apessoado” (que parecia mais um bêbado na beira da estrada, mas eu não quis ser preconceituosa), “a loira que eu xinguei e depois me arrependi” (pq achei q ela estava buzinando pra reclamar q eu parei na frente de uma encruzilhada, mas na verdade ela queria se oferecer pra ajudar... e chegou a descer do carro pra ver nosso mapa), “os moços perto da igrejinha”, “o japonês da vendinha”, “o porteiro da porcaria da Pousada das Amoreiras” (a Pousada q estava no mapa), “o homem do orfanato”... Bom, fizemos muitos amigos! Muitos! Enfim, depois de eu desistir de dirigir pq já estava muito nervosa e tremendo de medo de não conseguir subir e cair no barranco, depois de eu passar a direção para o Luis, que dirigiu com muita emoção (minha irmã disse q sentiu o mesmo medo q ela tem de viajar de avião), depois de derraparmos várias vezes no pedregulho, termos que descer de ré uma ladeira pra então conseguir subir no embalo com meu carro 1.0, depois de entrarmos sem querer no laticínio (também estava no mapa), depois de tudo isso, nós finalmente chegamos!

Nessa hora eu já estava muito mais estressada que quanto saí de SP. Já tinha perdido a vergonha dos meninos q estavam de carona com a gente e já tinha gritado maluca-descontroladamente “NUNCA MAIS VOLTO NESSA P... DE LUGAR!! NUNCAAAA!!”. Sabe quando você tá no topo da montanha russa e pensa q não queria mais estar lá? Pois aqui estou eu, no topo da montanha... literalmente...

DICA N° 1: não venha com carro mil.

DICA N° 2: traga um GPS.

Dia da chegada: nublado e chuvoso. Clima perfeito para o recolhimento,  para meditar...

Chegando lá, eu com as frases prontas pra reclamar sobre o mapa do site e o monge nos recebe cumprimentando com “Namastê” e falando q estavam todos nos esperando para o almoço. Já era 1:30h e o almoço é marcado para meio dia... q vergonha... Nos sentamos à mesa já em silêncio e o monge explica q só ele vai falar e estritamente o necessário para explicar os rituais e atividades do dia. Então todos juntos “cantamos” sutras de refeição, ao algo assim. Por essa eu não esperava... Tudo bem q religião tem tudo a ver com meditação, mas parecia um pouco mico demais. Ainda bem q estou só com a minha irmã, pq se eu estivesse com uma das minhas amigas com certeza teríamos começado a rir.

Comida estritamente vegetariana. Lentilha, um arroz integral diferentão e banana cozida com um tipo de molho branco. Uma comida assim... diferente. E sem sal. Sem nada de sal! Tem q caprichar no gergelim torrado q é mais salgadinho. Fica com gosto forte de gergelim, mas melhor do q gosto de nada! Com certeza meu paladar q é deturpado e não consegue sentir o sabor verdadeiro das comidas, mas não ta fácil não...

DICA N° 3: capricha no gersal na hora de se servir pq não pode colocar mais enquanto está comendo.

Então fomos para o templo meditar. Sentados numa almofadinha com as pernas cruzadas flor de lótus (eu só consegui fazer meia flor) e virados de frente para a parede (essa detalhe é bizzarrinho). Então é só prestar atenção na respiração e não pensar em nada, mantendo-se sempre alerta mas sem se distrair. Simples assim. Consegui? NÃO!

Put... negócio difícil do caral...!! De longe é a coisa mais difícil nesse retiro. O silêncio é aceitável. Tudo bem q achei q ia ter uma musiquinha de fundo, mas não. Só dá pra ouvir os borborigmas das barrigas alheias. Até q a minha não tá tão barulhenta... Graças! O banho não é tão quente e não tem tomada pra ligar o secador, mas tudo bem. É um sofrimento que passa rápido. O colchão é tão duro e gelado q me fez lembrar os tempos de COPAVET q a gente dormia no chão ou na barraca e ficava revezando entre as 2 proeminências da coxo-femoral pra ver se doia menos. Mas tudo bem também. Pelo menos frio não estou passando. Pela primeira vez vou usar tudo o q eu trouxe de roupa. E quase q todas ao mesmo tempo! 3 meias-calça, 5 blusas, cachecol, toca, luva e jaquetão pra ir até o templo meditar. E tudo isso de novo pra dormir mais 2 cobertores q eu trouxe e mais 1 cobertor q tinha aqui na casa. É... tá mesmo beeeem frio.

Fora que o horário pra acordar é às 5:30h!! Pensa no frio montanhês às 5:30h da manhã...

Impressionante como eu me equivoquei com esse retiro!*

Eu sei q faz todo o sentido acordar às 5:30h pra meditar e só tomar café da manhã às 8:30, segue certinho o ciclo circadiano (na filosofia da medicina chinesa, é uma sequência de períodos onde a energia está mais forte em um meridiano a cada 2 horas durante o dia). Mas nesse frio me parece mais loucura do q saúde.

Tive a errada pretensão de descansar esses dias, tirar o sono atrasado... Mas não vai dar! Quase não temos tempo de ficar à toa durante o dia e à noite a última meditação acaba às 9:00h e já temos que dormir pra acordar às 5:30h. E as luzes tem q ser apagadas às 9:20h, mas tb nem conseguiria fazer mais nada pq essa hora nós já estamos morrendo de sono.

Além do ciclo circadiano ser seguido, dá pra ver q a comida também segue bem o raciocínio oriental. Pouco sal, o leve doce da banana cozida, o amargo da geleia de casca de laranja (pensa numa geleia amarga... agora pensa na minha decepção na hora q percebi q aquela geleia q parecia ser uma delícia tinha gosto de carqueja com mel... rs), o azedo do vinagre de caqui ou da verdurinha que tava no meio da sopa. Aliás, sopa q mais parece um caldo da água quente q a gente coloca na panela suja pra facilitar pra lavar... Sabe quando o Neo é acordado do Matrix e oferecem pra ele um mingau meio sopa, meio gororoba e ele faz uma cara péssima? Então, a gororoba tem tudo o q o corpo dele precisa, mas é ruim q é a peste! Fico até com peso na consciência de chamar a comida daqui assim. É feita com tanto carinho e parece ser tudo tão saudável e natural... Mas quando olho pra comida a única palavra que me vem à mente é “gororoba”! Na verdade, “gororoba sem sal”... Depois vou até o quarto e como escondido um chocolate q trouxemos. Acho q não pode, mas me salva um pouco...

DICA No. 4: traga petiscos não saudáveis para momentos de desespero.

Antes das refeições, fazemos a oferenda dos alimentos, colocando um pouco no altar, cantamos os mantras e um serve o outro. Você só se serve das coisas pequenas, tipo molho, queijo ralado, manteiga clarificada. O resto você é servido. Tem q ficar com as mãos palma com palma (como se fosse rezar) para esfregar uma na outra assim que já estiver bom pra você daquilo q estão te servindo. Só depois que todos forem servidos, começamos a comer. Depois q todos terminam, o monge dá a opção de repetir e o processo se repete.

DICA No. 5: não se sirva muito na primeira vez senão vai ficar comendo por último e é bem constrangedor quando só falta vc terminar para todos poderem repetir. Principalmente pq no silêncio total só restam os barulhos das suas mastigadas e engolidas e dos seus talheres raspando no prato.

Gostei dessa coisa de esperar todos se servirem para começar a comer. Na verdade, acho q mta gente faz isso. E esperar o outro terminar pra sair da mesa tb. O problema é ser isso tudo em silêncio. Me senti pressionada... Uma hora me vi tentando engolir um hambúrguer de ricota inteiro sem mastigar, enquanto pensava “não acredito que peguei 2 desse hambúrguer seco sem gosto e ainda tenho q engolir ele de uma só vez...”. Eu chegava a fazer a mímica com a cabeça pra tentar empurrar o tal goela abaixo! Judiação... Mas pelo menos não sou a única q come devagar aqui. Não sou eu q fico por último toda vez.

E tem o trabalho comunitário (SAMU) no jardim. Com todo esse frio (parece q estamos no meio de uma nuvem o tempo todo. E devemos estar mesmo, pq estamos no topo de uma montanha) e ainda por cima chovendo (incrível, mas tem uma nuvem chovendo em cima da nossa nuvem!!), fazer uma atividade braçal é bom pra esquentar um pouco. E se sentir útil. Aliás, todos nós ajudamos a colocar e tirar a mesa, lavamos a louça e me prontifiquei a ajudar na comida também. Todos ajudam a fazer tudo. E percebi q o monge tem um certo grau de TOC pq os pratos tem q ser posicionados com o desenho virado para a posição vertical, o guardanapo sempre do lado esquerdo e os talheres igualmente arrumados em todos os pratos... medo!

Então está tudo ótimo. O silêncio está OK, o frio está OK, comida está ruim mas OK, dá pra aguentar, o trabalho no jardim está OK, o colchão duro OK, o chuveiro meio quente OK, mas a meditação... não tá OK! Tá me matando!!

Ficar uma hora seguida sentada com as pernas cruzadas, um pé sobre a outra coxa, com a coluna ereta e virada pra parede é praticamente impossível! Primeiro que dói a perna. Começa a formigar e você fica mexendo os dedos do pé discretamente para não gangrenar. Aí vc percebe q acha q está mexendo os dedos mas na verdade não está mais! Pq? Pq seu pé está completamente dormente e gelado e simplesmente não responde mais ao seu comando. Aí dá um certo pânico e vc estica a perna de um jeito q acha q ninguém vai ver até voltar a sentir dor, pq é melhor sentir dor do q não sentir a perna! Aí as costas começam a doer também. Aquele músculo que eu sempre achei besteira trabalhar na musculação agora está me gritando com todas as forças q precisa relaxar. Mas se descanso as costas acabo jogando mais o peso na perna e ela dorme de novo... E nessa dança “discreta” de equilíbrio tento focar na meditação. Olhar fixamente para a porr... da parede e tentar prestar atenção na merd... da minha respiração! Aaaah tá! Até me peguei imaginando o q aconteceria se eu surtasse, começasse a gritar e socasse a parede até atravessar o tapume... E como na minha projeção não me parecia q ia terminar bem, resolvi não surtar...

Comecei a fazer a meditação que meu mestre de Reiki passou pra eu parar de pensar (disse ele q eu penso mto... q coisa, né? rs) mas não funcionou tb. Aliás, não dá nem pra eu ficar aplicando Reiki em mim mesma pq as mãos tem q ficar apoiadas uma na outra na altura do chacra abaixo do umbigo formando uma elipse entre elas. Então tentei a técnica sugerida pelo próprio monge q é contar as respirações. Era pra ser séries de 10, mas qdo eu via estava nos 25 e depois sempre perdia a conta... Penso tanto na hora da meditação q parece o q estou fazendo é o inverso. E quando dou por mim, já acostumei com a dor e começo a dormir. Sonho, pesco, tenho alucinações... Tudo o q eu faço quando estou dirigindo com muito sono. Inclusive também fiquei me unhando pra ver se acordava com a dor. Em vão... Pena q não posso usar a técnica de ouvir música bem alto e cantar horrores... essa é a única q funciona comigo dirigindo. E pior é q cada pescada q vc dá, acaba mexendo o tronco e a palha onde estamos sentados em cima faz um mega barulho. Se bobear é pra isso q a porcaria da palha serve, pra entregar vc qdo estiver pescando. Pq como tá todo mundo virado pra parede, vc só sabe q não é a única a pescar qdo ouve a palhinha dos colegas fazendo barulho tb. Fora os celulares q estão no vibra dentro do armário... Parece q tudo está lá pra te atrapalhar!

E uma coisa muito bizarra é a tal vareta que o monge passa segurando caso alguém esteja sonolento e queira despertar (mas será possível que alguém não está sonolento??).

Eu tinha lido nas instruções q recebemos no primeiro dia sobre meditação ZAZEN q o monge passa em determinados momentos da meditação segurando uma vareta de bambu e quem quiser receber o “acordaê” no ombro tem q posicionar as mãos palma com palma enquanto o monge estiver passando por traz e então ele dá 2 varetadas no ombro. Não achei q era de leve, já q o intuito é deixar a pessoa mais alerta para conseguir meditar (pq na meditação vc tem q se manter em estado de vigília), mas qdo a primeira pessoa pediu, e foi bem o cara q tava do meu lado, eu não consegui evitar e dei um pulo de tanto susto com o barulho! Parecia uma put... paulada! Rsrs Meu Deus! Será q não ficava marca?? Bando de louco! O pior é q depois de ouvir isso ficou um clima meio tenso (pelo menos eu fiquei tensa) e eu ficava olhando a sombra do monge passando com o bambu e parecia q ele estava com uma espada e q ele iria arrancar a cabeça de quem desse uma pescada com um golpe só! Assustador! Não, mais susto mesmo eu levei qdo o monge batia os dois toquinhos de madeira pra marcar o começo da reza ou sei lá o que. Parecia um tiro! No meio daquele silêncio e eu naquele estado de torpor, meu coração parecia q ia sair pela boca toda vez q ele fazia aquilo... Rsrs e eu tô fazendo o quê no meio desse bando de louco??

Então começo a ficar mega irritada me questionando... De pq afinal eu vim pra essa merd... se nem meditar eu consigo? Tô ficando mais nervosa e estressada ao invés de relaxar! Não tô dormindo bem nem comendo bem. E tem tanta coisa q eu precisava fazer e resolver... Fico igual uma idiota brigando com a dor e o sono esperando ansiosamente a hora q o monge vai tocar a porcaria do sino pra poder fazer a KIHIN (meditação andando), que tb é um mega mico mas pelo menos não doi e nem durmo.

É... não tá fácil não...

DICA No. 6: se você está cansada e com sono, NÃO faça um retiro espiritual de silêncio!!

08/06/12 - noite

Parece que estou me acostumando... À tarde não teve SAMU pq chovia mto, então deu tempo de estudar um pouco um dos 5 livros de acupuntura veterinária q eu trouxe achando q eu ia super mega conseguir ler. Tsc tsc... Percebi q também não vai dar pra fazer a unha, como achei q daria, mas pelo menos acho q vou conseguir estudar. A rotina do retiro é apertada, mas tem intervalos que podem ser preenchidos. Só pra detalhar, às 5:30h toca o sino pra acordar (não sei como, mas toda vez eu podia jurar q o sino estava bem na minha orelha). Às 6h temos q estar no templo (caminhadinha de 5 minutos) então só dá tempo mesmo de lavar a cara e tomar um chá de mel com limão (q é mais limão q mel, rs) e enfiar umas 2 bolachas “proibidas” na boca, com o cuidado de não mostrar pra ninguém q está mastigando. Então o primeiro período de meditação vai até às 7:30h qdo começa a cerimônia da manhã. O monge reza uma espécie de missa q me lembra bem qdo fui numas igrejas japonesas em Araçatuba. Todos seguem e recitam uma sequência de palavras numa língua q eu não sei qual é enquanto ele toca uns sinos e tambores. Exótico, pode-se dizer. E numa certa hora temos q nos ajoelhar na palha (aquela mesma maldita palhinha) e fazer reverência ao altar umas 10 vezes seguidas, a cada toque do sininho... Cansativo, pode-se dizer. E então voltamos pra casa pra tomar café da manhã dàs 8h às 9h. O SAMU da manhã começa às 9:30h e é antes dessa hora q rola aquela tensão pra conseguir ir no banheiro e quem sabe tomar banho no único banheiro com energia elétrica e não solar. Às 11h o segundo período de meditação e ao meio dia almoçamos. Até o SAMU da tarde (15h) temos um intervalo maior livre. Depois o terceiro período de meditação às 16:30h seguido da aula de yoga de 1h20min de duração (aula bem puxada inclusive, mas eu gosto). Às 18:30h jantamos e temos meia hora livre. Às 20h fazemos o quarto e último período de meditação e voltamos para dormir na casa às 21h. Como disseram “aqui não é colônia de férias!”. Bem entendi...

Enfim, hoje fui mais tranquila pra prática do ZAZEN (esse estilo de meditação) e usei de novo um semi-banquinho ao invés da almofadinha (ZAFU). Melhor assim. Não sinto dor nas pernas, só um pouco no peito do pé. Acabei sentando na frente de uma parede com um buraquinho e não é q isso fez toda a diferença?! Fiquei prestando atenção no buraquinho (depois me lembrei que já me falaram que tinha q fazer isso) e de repente não via mais nada. Só um pontinho preto e envolta tudo branco esfumaçado. Parecia que eu estava com os olhos fechados mas eu via o buraquinho. E de repente, eis q começo a ver as luzes coloridas, igual quando fui iniciada em Reiki. Violeta bem forte e verde limão. Dançando uma com a outra. Mas eu não conseguia controlar a dança. Estava entardecendo... a mesma luz de semi-penumbra como da outra vez q eu vi. Elas ficavam cada vez mais fortes e cheguei a me assustar um pouco porque não conseguia enxergar mais nem o tal buraquinho, só as luzes. E do mesmo jeito q vieram, foram embora, de repente. Gostei. Nem percebi o tempo passar e qdo dei por mim tocou o sininho. Então pode ser q eu consiga meditar... Estava já concluindo que isso não era pra mim e pronto. Agora tô começando a achar q é exatamente pra mim!

DICA No. 7: para iniciantes em meditação ZAZEN, ache um ponto escuro ou q se destaque do resto da parede e fixe o olhar nele. Na semi-penunbra parece ser melhor também. E já comece com o banquinho q é bem mais fácil q o ZAFU.

E para a janta mais uma sopa. Pelo q percebi, no café da manhã e na janta são servidas sopas. À noite mais leve, rala e de manhã com mais carboidratos. Mais de uma vez foi tipo uma papa de arroz integral no café da manhã. O q condiz novamente com a medicina oriental. Até gostei mais desse sopão de hoje. Podia ter mais sal sim, mas estava gostoso. Comi de novo até a geleia de casca de laranja! Estamos evoluindo. Só cometi uma pequena gafe... Quando estávamos nos servindo pela segunda vez, eu comecei a comer antes de poder. O monge explicou novamente para todos (pra não falar diretamente pra mim, ou seja, deu uma “bronca” educada, rs) que faz parte da prática aguardar todos se serviram para só então começarmos a comer juntos. Mas é q eu me distraí pq estava tentando esconder que eu tinha deixado sopa no tchawa... Para não ficar naquela situação desagradável de comer sozinha enquanto todos te esperam para poderem repetir, quando vi que todos estavam acabando e eu não, tive a brilhante idéia de fingir que tinha acabado! Como eu estava sentada longe do monge, ele não ia enxergar que ainda tinha sopa na minha tigela. Então fiz até a ceninha de raspar a colher no fundo... hihi. Deu certo. Ele liberou pra quem quisesse repetir. Mas nessa hora me afobei e comecei a comer o q tinha sobrado no meu tchawa pq queria acabar logo pra ele não perceber. Tsc tsc... Aí sim foi desagradável.

DICA No. 8: sente longe do monge para poder disfarçar e não precisar deixar todos te esperando comer.

LIÇÃO No. 1: quando quiser tapar um buraco, cuidado para não fazer outro.

09/06/12

Hoje o dia está particularmente... perfeito! O tempo mudou de repente. O sol saiu e está brilhando muito forte mas não demais, no ponto certo. Aquele sol q dá vontade de ficar de olhos fechados com o rosto virado pra cima e um sorriso nos lábios. E finalmente estamos conseguindo ver a beleza desse lugar. Aqui sentada ao lado de um laguinho cheio de plantas aquáticas, com o barulho leve da água caindo numa roda d’água, um grilo cantando, ventinho gelado no rosto e o sol me aquecendo... assim, sozinha, completa. Talvez só esse momento já seja suficiente para ter valido a pena a viagem. A meditação ainda está difícil. Não consegui mais repetir o feito da última vez. No ZAZEN da manhã, me distrai com meu nariz escorrendo e eu não podendo limpar, nem pq não podia me mexer nem pq não tinha onde limpar. Estava muito frio ainda, mesmo pq às 5:30h da manhã até o sol tava com preguiça de levantar. Isso pq eu sentei pra meditar e, ao escutar várias pessoas fungando, tossindo e espirrando, pensei “Q coisa... só eu não tô fungando. Deve ser pq ultimamente estou me exercitando, comendo bem e sou reikiana. Rá! Viu como eu tô melhor?” Passou 1 minuto, dei 2 espirros e meu nariz nunca mais parou de escorrer...

DICA No. 9: leve lenço pra meditação e use 2 meias (principalmente se for usar o banquinho pq aí os pés ficam descobertos)

LIÇÃO No. 2: nunca se gabe! Apenas agradeça qdo estiver numa situação melhor.

É engraçado como a gente pode se surpreender positivamente mesmo em pequenas coisas. A gente tende a impor limites pra nós mesmos e às vezes podemos estar deixando de fazer algo bom. Por exemplo, sempre que comemos, 3 pessoas se voluntariam para lavar a louça. Me prontifiquei na primeira vez. Nossa como sou boa! Nas 3 vezes seguintes eu fiquei esperando os outros que ainda não tinham lavado se manifestarem pra ser justo. Mas em uma das vezes, a moça q tinha lavado comigo se prontificou tb. Fiquei com vergonha de mim mesma... pq sem querer eu já estava julgando a mim e aos outros posicionando quem estava certo e quem estava errado...

LIÇÃO No. 3: não julgue, ajude. Pense cada vez menos no que você já fez e cada vez mais no que ainda pode fazer, independente dos outros.

E quando fui lavar a louça pela segunda vez... Bom, as tarefas são divididas em 3 pessoas: um ensaboa, um enxágua e outro seca. Eu tava enxaguando e quando a moça q tava ensaboando acabou, começou a enxaguar tb. Não me lembro, mas acho q quando fiquei no lugar dela da outra vez, qdo terminei de ensaboar terminei. Não acho q eu fiz mal. Não acharia ruim se ela tivesse feito isso. Só q ela fez mais. Simplesmente para ajudar.

LIÇÃO No. 4: fique mais atento aos outros que em você mesmo. Você sempre pode ajudar.

Agora estou mais cheia de lições q de dicas! Estamos indo muito bem! E o mais engraçado é q as lições estão vindo das atividades mais comuns. O q significa q eu podia as ter aprendido há muito tempo...

Só um parênteses: eu sentada aqui e minha irmã passa do outro lado do lago. Começamos a tirar fotos uma da outra e senti algo no meu braço. Quando olhei era uma espécie de besouro com uns desenhos vermelhos, bem bonito. Comecei a tirar fotos dele. Ele estava de lado e enquanto eu arrumava o foco ele se virou para mim. Tirei algumas fotos e ele estático. Quando parei, sem mexer o braço, ele se virou para o outro lado. Eu brinquei e falei “Pode ir. Já tirei sua foto.” e ele voou! Eu sei q não quer dizer nada, mas eu gosto dessa sensação de q estamos todos conectados.

DICA No. 9: esteja sempre com a câmera à postos, principalmente em dia de sol.

Já q tocamos nesse assunto, hoje durante o SAMU, enquanto rastelávamos a grama, apareceu uma minhoca e como eu a tirei da terra ela estava se contorcendo muito que chegava a pular. E falei (sim! Eu sou louca e falo com minhocas e besouros, tá? Nem o sol escapa! Ou você acha q eu não o elogiei hoje e disse q estava morrendo de saudades? E isso tudo em inglês pq não gosto de ser pouco louca não! Rs E eles são os únicos com quem posso falar! Me deixa! Rs). Voltando pra minhoca, ela se contorcendo e eu falei “Calma, não vou te fazer nada” e ela parou de pular e começou a procurar buraco na terra. Bunitinha!

Bom, mais uma conclusão boa de hoje é q uma das melhores vantagens do silêncio é q, como não falamos o q estamos pensando na hora, podemos repensar antes de falar. E às vezes perceber que não deveríamos nem ter pensado aquilo antes. Cheguei a pensar em pedir para o monge para não meditar mais. Porque eles falam no começo que se estiver com dor ou se estiver sofrendo muito, não precisa fazer todas as atividades. E eu, no auge da minha irritação com a minha incapacidade em meditar, queria ter desistido de tudo! Agora q repensei e me acalmei, quero continuar tentando. Hoje antes do almoço foi bem difícil. Sentei na frente daquele mesmo buraquinho, mas o tempo todo estava quase dormindo e várias vezes paguei aquele micão de pescar forte. E o monge até falou sobre isso na semi-palestra q ele dá toda manhã. Enquanto estamos meditando, ele lê trechos de textos q ele acha interessante (incrível como sempre parece q ele tava falando diretamente pra mim! Rs) E hoje era sobre como alimentamos os nossos sentimentos. Falou para refletirmos sobre como reagimos quando não conseguimos fazer alguma coisa: com frustração? Raiva? Tristeza? E depois? O q fazemos com esses sentimentos? É pra se pensar...

LIÇÃO No. 5: pense muito antes de reclamar, de preferência nem reclame enquanto ainda estiver pensando nisso, só qdo de repente se lembrar.

LIÇÃO No. 6: você sabe quais sentimentos não te trazem benefícios. Tente evitá-los. Se não for possível, então ao menos não os alimente.

E hoje até teve uma extravagância e tinha bombom no lanche da tarde (fiquei até com peso na consciência por ter trazido as guloseimas... revogo a DICA N.o 4)! A cara de todo mundo na hora q viu os bombons foi como de criança em festa. Um querendo mostrar pro outro... rsrs sorrio sempre q me lembro. Estávamos tanto em sintonia. Parecia q não estávamos falando pq não precisávamos, não pq não podíamos. Eu sentia como se conhecesse cada um deles sem nunca termos trocado uma só palavra. Parecia q eram meus amigos. São meus amigos!

E a noite continuou linda! Um céu tão estrelado que eu não via desde o açude em Pirassununga... Se tivéssemos tempo de ficar lá olhando teríamos visto uma estrela cadente com certeza. Esse era o lado bom de não ter luzes no caminho da casa até o templo. Aliás, uma bela de uma caminhada! Sempre chego no templo totalmente sem fôlego antes de meditar, ainda mais pq não é raro estarmos atrasadas... rs.

10/06/12

Último dia. No começo não achei q iria dizer isso, mas estou com saudades já. Tá batendo aquela tristeza de fim de viagem. O último café da manhã, a última vez q como esse pão integral caseiro com a tal manteiga clarificada, a delícia da geléia de laranja (note a diferença no adjetivo! E é a mesma geléia), o chá de limão com mel, aliás esse café da manhã de hoje foi espetacular! Uma explosão de sabores! E acho q consegui aproveitar mais ainda por já estar com o paladar mais aguçado. Uma delícia! Granola com uma salada de fruta diferente. Ao invés de laranja, era mexerica e o melhor, era do pomar do templo! Com banana, kiwi e morango. Nunca pensei numa mistura tão simples e tão saborosa! Eu comeria muito mais se pudesse. Isso justifica muito o porquê de sermos servidos e não nos servir. Ficamos com vergonha de exagerar qdo outra pessoa está te servindo, então comemos só o suficiente, sem gula. Ou pelo menos uma gula contida. Entendi tb que o monge não tem TOC. Bom, pode ser até q ele tenha, mas no final das contas os detalhes de cada atividade é que fazem com q nós estejamos sempre concentrados no q estamos fazendo. Fazer uma coisa por vez. Uma das grandes práticas ensinadas aqui. Prestar atenção em tudo o q vc faz. Exatamente o oposto do meu dia a dia onde tento otimizar e fazer pelo menos 3 coisas ao mesmo tempo. Mesmo na hora de tomar o chá, dizia o monge, devemos nos sentar e apreciar o chá. Só tomar o chá. E é realmente muito gostoso fazer isso. Quando finalmente consegui, senti uma paz muito grande. Como se não houvesse ansiedade. Cada coisa tem seu tempo. E aproveitei mto mais. Cheguei a pensar q gostaria de ter uma vida assim. Não que eu quisesse acordar pro resto da minha vida às 5:30h da manhã e nunca mais falar, mas até q me pareceu uma boa vida. Não é um sacrifício como eu achava q era. Eu sentiria mta falta dos amigos e família, mas acho q poderia passar uns bons meses nessa tranqüilidade. O problema maior seria como me manter financeiramente. E essa era a última coisa que eu achava q seria o maior problema, rs. Engraçado como eu me equivoquei com esse retiro! Vim pra cá para pensar em tantas coisas, meus problemas, meus traumas, minhas angústias e tentar me encontrar. E percebi q tudo aquilo nem era merecedor dos meus pensamentos. Existem mtas coisas menores e mais importantes. Por mais ambígua que essa frase seja. Vim procurar as respostas certas e acabei achando as perguntas certas.

LIÇÃO No. 7: meça o valor das coisas pelo quanto ela te faz melhor

LIÇÃO No. 8: de nada adianta a resposta certa se o que estiver errada é a pergunta

A cerimônia da manhã tb foi linda. Não sei dizer pq. Foi igual a todos os outros dias, mas notei q o q antes eu achava mico ler em voz alta, hoje eu estava quase gritando de tanta empolgação. Meus joelhos estão doendo de ficar levantando e agachando na palha, mas mesmo assim fiz com muito mais sentimento e entusiasmo. A meditação ainda é um desafio. Não mudaram os problemas, mudou o meu ponto de vista. E isso é o q muda tudo no final das contas.

LIÇÃO No. 9: ninguém vive sem problemas, mas pode viver sem sofrimento

Até fiquei triste que nessa manhã o monge não passou com a vareta de bambu. Eu estava decididíssima a pedir pra ele me bater! kkk a frase ficou esquisita, mas é verdade, eu ia mesmo pedir... Queria aproveitar ao máximo o retiro. Fizemos o último SAMU diferente. Nos dividimos entre a casa e o templo. Fiquei no templo e deu pra tirar várias fotos. As 3 cerejeiras atrás do templo estavam simplesmente esplendorosas! Mais outros besouros, joaninhas e abelhas completavam o cenário. Todos pareciam estar com feições de paz e felicidade. E minha vontade era de abraçar todo mundo embaixo da sakura!

O almoço foi uma delícia igual! Mta coisa que eu não faço nem idéia do q era, mas estava tudo muito gostoso. Todos os 5 sabores e todos bem distintos, mas sutis. Acho q nunca prestei tanta atenção no que estava comendo. Uma ótima prática, aliás. Não ter televisão, nem computador (não é raro eu almoçar na frente do computador), nem telefone, foi muito gostoso. Foi o q falei na cerimônia d finalização, quando nos sentamos à mesa pra comer o bolo e confraternizar sobre o retiro. Nessa hora somos enfim liberados pra falar e cada um diz seu nome, pq foi fazer o retiro, como conheceu e o que achou da experiência. E o mais legal é ver q todos passamos pelas mesmas dificuldades, estresses, vontades de desistir e que no final todos estavam em paz e completamente felizes. Eu falei q uma coisa que não achei q aconteceria era eu não mexer no celular nem no tablet. E realmente só lembrei deles na hora de arrumar as coisas pra ir embora e q eu precisava deixar carregando. Desde q chegamos lá não tinha nem pensado em usar nenhum deles pq acho q eu estava com a cabeça tão ocupada com as atividades q não dava tempo de me preocupar com coisas a mais. E comentei tb de como era engraçada a sensação de que eu conhecia todos que estavam lá sem precisar ter conversado com ninguém. Posso dizer até que conheço mais eles do q algumas pessoas com quem converso há anos! É mto interessante mesmo a interação sem palavras. Parece mais pura, mais forte.

O engraçado é q estranhamos poder falar. Sem querer me pegava apontando algo e só depois me lembrava q eu podia falar o q eu estava querendo apontar. E vi q todo mundo estava fazendo isso tb. Nos servimos perguntando se o outro queria mais ou não, mas com vontade de colocar mãos palma com palma pra esfregar assim q estivesse satisfeito.

E então fomos até o templo pela última vez pra tirarmos fotos embaixo das sakuras. Como uma família, nos sentamos todos juntos no murinho para a foto. Tiramos fotos tb só eu, minha irmã e o Luis e o Felipe. O “time” da ida.

Eu estava tão feliz. E fico sempre q me lembro. Experimentei o desapego e foi surpreendentemente fantástico! Ali eu não me importava s estava bonita, s tinha celular ou qq outro bem. Não me senti sozinha nem acompanhada. Sem a sensação d q preciso ter outras pessoas na minha vida pra sobreviver, seja família, amigos ou namorado. Eu, só aquele eu, era suficiente. E sereno. Paz. Parecia q estava simplesmente em paz.

Como se eu tivesse encontrado a minha melhor face yang, etérea, espiritual, e a melhor yin, de repouso, passividade, tranqüilidade. Bem diferente da yang hiperativa, e da yin, material, negativa, com a qual cheguei no retiro e comecei a escrever.

Quero reler esse diário várias vezes para me lembrar de novo de todas essas sensações e lições. Sei q não vou conseguir fazer dessa a minha rotina, mas quero tentar de vez enquando ter atitudes ZAZEN.

Quem começou a ler esse diário e não leu até o final vai ficar com a impressão errada de um retiro de silêncio. Por sinal, a última dica é:

DICA No. 10: revogo a DICA No. 6!! E pelo menos uma vez na vida, faça um retiro de silêncio!! Mas se for fazer pela primeira vez, faça de no mínimo 4 dias pq só 2 pode ser pior do q não fazer, rs.

Acabei comprando um pote da tal geléia de laranja, um de manteiga clarificada (perguntei depois pra Dafnis e ela disse q é uma manteiga mais “limpa”, só a espuma da manteiga normal), chá de menta japonesa e 2 tipos de mel q são feitos no templo mesmo.

Sinto saudades cada vez q como ou tomo cada coisa... uma saudade boa. De saber q vivi uma experiência fantástica.

Até quero me encontrar com um grupo de pessoas q se reúnem para meditar ZAZEN. E quero mesmo! Aquilo q eu achava q era uma tortura japonesa agora eu quero! rsrs

Contando para as pessoas defini as duas palavras q melhor descrevem o meu feriado: FORTE e GRATIFICANTE. Simples assim.

Obrigada! Obrigada à todos que fizeram parte dessa história. E obrigada ao meu anjo da guarda. Sei q ele está sorrindo cheio de orgulho.

LIÇÃO No. 10: se permita ser melhor. Só quem te atrapalha é você mesmo.

OBS: o número das dicas e lições não foi planejado! Nem o número de páginas! Adoro boas coincidências!!

[P.S.: no texto original, escrevi em 10 páginas. E fui separando o texto em capítulos para postar no blog e, pra minha surpresa, também deram 10 capítulos! :) ]

RESUMO DICAS:

DICA N° 1: não venha com carro mil.

DICA N° 2: traga um GPS.

DICA N° 3: capricha no gersal na hora de se servir pq não pode colocar mais enquanto está comendo.

DICA No. 4: traga petiscos não saudáveis para momentos de desespero.

DICA No. 5: não se sirva muito na primeira vez senão vai ficar comendo por último e é bem constrangedor quando só falta vc terminar para todos poderem repetir. Principalmente pq no silêncio total só restam os barulhos das suas mastigadas e engolidas e dos seus talheres raspando no prato.

DICA No. 6: se você está cansada e com sono, NÃO faça um retiro espiritual de silêncio!! REVOGADA!

DICA No. 7: para iniciantes em meditação ZAZEN, ache um ponto escuro ou q se destaque do resto da parede e fixe o olhar nele. Na semi-penunbra parece ser melhor também. E já comece com o banquinho q é bem mais fácil q o ZAFU.

DICA No. 8: sente longe do monge para poder disfarçar e não precisar deixar todos te esperando comer.

DICA No. 9: esteja sempre com a câmera à postos, principalmente em dia de sol.

DICA No. 10: revogo a DICA No. 6!! E pelo menos uma vez na vida, faça um retiro de silêncio!! Mas se for fazer pela primeira vez, faça de no mínimo 4 dias pq só 2 pode ser pior do q não fazer, rs

RESUMO LIÇÕES:

LIÇÃO No. 1: quando quiser tapar um buraco, cuidado para não fazer outro.

LIÇÃO No. 2: nunca se gabe! Apenas agradeça qdo estiver numa situação melhor.

LIÇÃO No. 3: não julgue, ajude. Pense cada vez menos no que você já fez e cada vez mais no que ainda pode fazer, independente dos outros.

LIÇÃO No. 4: fique mais atento aos outros que em você mesmo. Você sempre pode ajudar.

LIÇÃO No. 5: pense muito antes de reclamar, de preferência nem reclame enquanto ainda estiver pensando nisso, só qdo de repente se lembrar.

LIÇÃO No. 6: você sabe quais sentimentos não te trazem benefícios. Tente evitá-los. Se não for possível, então ao menos não os alimente.

LIÇÃO No. 7: meça o valor das coisas pelo quanto ela te faz melhor

LIÇÃO No. 8: de nada adianta a resposta certa se o que estiver errada é a pergunta

LIÇÃO No. 9: ninguém vive sem problemas, mas pode viver sem sofrimento

LIÇÃO No. 10: se permita ser melhor. Só quem te atrapalha é você mesmo.

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